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Estamos diante de mais um momento decisivo para o nosso Grêmio. Eis que é chegada a hora de conhecer, analisar, debater e deliberar sobre o polêmico termo aditivo contratual da Arena, nossa nova casa. Diante do emaranhado de dúvidas que surgiram entre os conselheiros, sócios e torcedores gremistas, e depois de analisarmos o documento, deixamos aqui alguns questionamentos aos administradores da Grêmio Empreendimentos, que inexplicavelmente mantinham-se até então calados, ao contrário do que indicava o bom senso.

Diante do que apuramos do conteúdo desse aditivo contratual e dos anexos, perguntamos:

1. Onde estão os orçamentos que justificam o aumento dos valores da obra e o comprometimento com custos adicionais?
2. Onde está o projeto das novas instalações operacionais do Grêmio? Qual o custo de ocupação de áreas já existentes no projeto original, projeto de interiores, mobília, especificações?
3. Qual o novo estudo de viabilidade que sugere a ampliação da capacidade do estádio e com parecer contrário aos estudos técnicos realizados anteriormente, inclusive pela Fundação Getúlio Vargas, sobre a capacidade que represente o equilíbrio na relação custo-benefício?
4. Como se dará a divisão das 4.000 cadeiras entre Grêmio, superficiária e OAS? Quantas serão destinadas, com garantia, para comercialização com o associado? Por que as de maior valor agregado foram destinadas à parceira?
5. Onde está o projeto, custo e memorial descritivo do novo Centro de Treinamento?
6. Por que o Grêmio abdica das receitas suas provenientes dos incentivos fiscais (R$30milhões) e compartilha com a OAS na superficiária?
7. Quais as projeções financeiras que viabilizam e justificam que os valores limites do financiamento passem de R$ 140 milhões para R$ 260 milhões, corrigidos pelos índices do INCC (Índice Nacional da Construção Civil), desde dezembro/2008, data de assinatura do contrato, e que eleva o valor para algo superior a R$ 300 milhões? Onde estão os estudos de impactos financeiros no orçamento da superficiária para o enfrentamento do aumento substancial das parcelas do financiamento?
8. Por que incorporar custo de certificação de edificação sustentável (LEED) e de construção de uma subestação de energia elétrica se a disponibilização de equipamentos do novo estádio, além de eventuais certificações de qualidade, conforme contrato original, é de responsabilidade da OAS?
9. Por que entregar à superficiária percentual dos direitos de licenciamento de produtos relacionados à Arena, se no contrato original estas receitas eram em sua totalidade do Grêmio?
10. Qual estudo técnico indica ser vantajosa a perda de receitas para o enfrentamento das novas despesas, sustentado na repactuação do resultado líquido da operação da Arena, com a redução dos percentuais do Grêmio de 100% para 65% do lucro?

Essas são algumas de muitas perguntas, quem sabe as que tenham maior urgência de resposta. Muitas outras ainda poderão surgir no curso desse debate.

Esperamos que o Conselho Deliberativo esteja vigilante e responsável às propostas que serão apresentadas e que não deixe nosso sonho de uma nova casa virar um pesadelo. Não somos contra a ideia de aperfeiçoar o projeto, de incorporar a ele boas iniciativas, de torná-lo melhor. Só pedimos que haja tempo para entender e discutir as propostas, seus benefícios e seus custos. Entendemos que votar um orçamento sem conhecê-lo é uma falha primária, prova de amadorismo e de inabilidade administrativa.

Solicitamos ao Conselho Deliberativo, por meio de seu presidente Dr. Raul Régis de Freitas Lima, que permita tempo suficiente para que todos os termos do aditivo contratual da Arena possam ser esclarecidos, debatidos, ajustados e acordados. Não podemos aceitar pressões para aprovar medidas no afogadilho novamente. Esse é um assunto sério, definitivo, decisivo para o futuro do Grêmio. Por tudo isso é que exige debate, conhecimento e uma decisão correta e segura para os interesses do clube e de seus torcedores.

MGV - Movimento Grêmio Vencedor

Foto: Lucas Uebel/Grêmio