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Que consolo resta ao torcedor gremista senão comemorar cada 1% a mais de obras concluídas na Arena? O time caminha melancólico para o fim de mais um ano sem títulos e, desta vez, também sem vaga na Libertadores. A 11ª posição na tabela parece até um prêmio de consolação ao torcedor que, há pouco tempo, temia pelo rebaixamento, tamanha a falta de planejamento da atual gestão desde o início de 2011.

Num clima de "fritação" geral, pouco parece restar para o próximo ano. Treinador previsivelmente sem ambiente para continuar e um time recheado de carências, apesar da folha de pagamento gigante. Como num flash back, a torcida tricolor é novamente brindada pelo seu presidente com firmes promessas de um time forte e vencedor... Sempre para o próximo ano. Foi assim também em 2010, quando venceu a eleição.

Ah sim, mas voltando à agenda positiva. Quase 40% da Arena está concluída... Arena, Arena, Arena, Arena... Tal qual um dogma a palavra é repetida à exaustão, quem sabe na tentativa de convencer o torcedor de que mais importante que ser campeão é ter um bom estádio. Enquanto isso, em sentido contrário, manifestações da torcida gremista na imprensa, redes sociais e no estádio Olímpico pedem um time competente, que traga o clube de volta aos seus anos de glória.

Importante deixar claro que não somos contra a Arena, pelo contrário, consideramos ela um divisor de águas na vida do Grêmio. Mas desde o início dessa gestão alertamos para o fato de que a atual administração centraliza todas as suas atenções nesse projeto e esquece das outras áreas, especialmente da razão fundamental do clube: o futebol. E quando parece que não pode piorar, entre assombrados e incrédulos, acompanhamos a imprensa divulgar valores aos quais o clube está se submetendo para contratar alguns jogadores.

Nos preocupa o futuro imediato do Grêmio. Outras vezes já convivemos com administrações catastróficas que nos deixaram sem taças, mas com centenas de duplicatas vencidas, por conta das quais até hoje padecemos. Que o nosso Tricolor tenha sim um grande time, mas que possa pagar por ele. Que a instituição não seja comprometida financeiramente para apagar a imagem de uma má gestão ou em nome de uma reconquista de imagem pessoal para outras finalidades. Que tenhamos vitórias e títulos, mas como consequência de um bom planejamento institucional e de uma política de futebol consistente.